sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Dia de Saudade

Hoje ao lembrar de você chorei...
Chorei por não poder mais ver os seus olhos;
Por não poder mais sentir o seu cheiro;
Por não passar mais “Vick Vaporub” na minha barriga quando dói;
Por não poder tocar sua única covinha na bochecha esquerda e compará-la com a minha;
Por não poder vê-la tecer um tapete com suas mãos tão pequenas e frágeis;
Por não ter mais que me esforçar pra entender o que você dizia com sua voz rouca;
Por não ouvir mais você me chamando “Uh”;
Por não ouvir mais as histórias que você contava de quando eu era bem pequena e tantos outros “causos” supersticiosos que me davam medo;
Por não ouvi-la mais reclamar de todos seus filhos e netos;
Por não poder mais comer o torresmo que você fritava pra nós na sua casa;
Por não vê-la mais estimar as horas pela sombra da porta projetada no chão;
Por não poder mais admirar você se aproximando ao longe, andando dificultosa, e beijar a sua mão e pedir a benção.
Esta semana você completaria noventa e dois anos. Há cinco anos nos separamos.
Por aqui sobraram todas estas doces lembranças e seu retrato sobre a cômoda que eu faço questão de olhar todos os dias desde que se foi.
Não digo mais que a perdi, sei que o nos separa é somente a matéria. Tenho certeza que nos reencontraremos quando nos for permitido, e aguardo ansiosamente pelo dia em que poderei novamente estar em seus braços, deitar em seu colo e tocar sua covinha assim como na última vez que nos vimos, assim como na ultima vez que seus olhos brilharam pra mim.
Amo você minha avô “bugra”, minha avô índia, minha forte “Ana Terra”.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Eco, eco

Sim estou viciada, viciada em Jorge Drexler e principalmente nesta canção...

Esto que estás oyendo
ya no soy yo,
es el eco, del eco, del eco
de un sentimiento;
su luz fugaza
lumbrando desde otro tiempo,
una hoja lejana que lleva y que trae el viento.

Yo, sin embargo,
siento que estás aquí,
desafiando las leyes del tiempo
y de la distancia.
Sutil, quizás,t
an real como una fragancia:
un brevísimo lapso de estado de gracia.

Eco, eco
ocupando de a poco el espaciode
mi abrazo hueco…..

Esto que canto ahora, continuará
derivando latente en el éter,
eternamente….
inerte, así,
a la espera de aquel oyente
que despierte a su eco de siglos de bella durmiente..

Eco, eco
ocupando de a poco el espaciode
mi abrazo hueco….

Esto que estás oyendo
ya no soy yo…

domingo, 13 de janeiro de 2008

A calmaria já está começando a me cansar.
Esperava uma chuva pra sexta e ela realmente veio, mas não passou por onde eu estava.
Então fiquei esperando ela pro sábado. Ela mais uma vez passou lá longe.
Hoje choveu, mas eu não tive coragem de me molhar.
Tudo fica pior quando eu perco a coragem.
Ainda não foi desta vez que tomei um banho de chuva.
Estou agora esperando uma chuva de sapos – no estilo de Magnólia – pra sinalizando que coisas mais que improváveis aconteceram.
Pois eu já cansei daquilo que é provável, já cansei das ciências exatas, tenho estudado-as desde os quinze anos e já tenho mais de vinte – e mais de mil perguntas sem respostas. Estou literalmente desistindo delas, assim como tenho que desistir de tantas outras coisas.
Tenho tentado acreditar em algumas coisas que eu sinceramente acredito que não existem – apesar de sentir falta delas – e que as “pessoas” e as pessoas tem tentado me convencer de que realmente existem.
E aí eu fico aqui esperando elas caírem do céu, e como não caem, assim como não caem os sapos, eu posso dizer: “eu disse que não existia”. E aí algumas “pessoas” me dizem que isso é auto-obsessão, será? E algumas pessoas dizem que é sabotagem, será?
Será que existe aquilo que eu não acredito que exista, mas que mesmo assim fico como tantas outras pessoas tolas tentando encontrar?
Há algum tempo eu estava disposta a pagar o preço pra descobrir, agora eu já não sei se estou mais. Acho que foi tudo muito broxante. E eu odeio ter que admitir que perdi a coragem, e que deixei de acreditar, ou que deixei de tentar acreditar.
Bom este é mais um post pra bons entendedores. Poucos vão entender do que estou falando, mas é assim mesmo que funciona, como discutia hoje mesmo com a minha quase chara Dayse, esta é a melhor forma de se escrever um blog, pelo menos nos post onde você resolve falar de suas particularidades.
Este blog é inteiramente escrito em primeira pessoa, logo falo de mim, para mim e a quem possa interessar, caso não interesse, não leia :D

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Dia mundial da paz


Pouca gente se lembra, eu mesma era uma. Mas o primeiro dia do ano é também o Dia Mundial da Paz.
E pra mim, é difícil dissociar qualquer idéia de paz sem lembrar dos preceitos cristãos. Não, não estou falando de religião, estou falando do Cristo.
Jesus só falava de paz, ele encarnou e passou um período por aqui só pra isso, pra falar de paz, amor e igualdade.
As pessoas se prendem a religião - o que apesar de seguir uma eu achar um erro - e se esquecem disso.
Os “camaradas” que me perdoem, mas quem luta por justiça social e acredita que isso deva existir, jamais poderia ignorar esses preceitos. Pois tudo o que ele pregou nesta terra foi igualdade. E se nós, independente de credo conseguíssemos assimilar estes ensinamentos, essa discussão seria absolutamente desnecessária, seja nas universidades, no campo, nas ruas, nos fóruns internacionais, dos diretórios partidários ou nas “igrejas”. Nesta lista também incluiriam-se as discussões sobre moral e ética.
Nós só precisamos desta luta por não entender NADA do que aquele cabeludo que era tido como lunático, e foi pregado na madeiro até que se esvaísse e morresse, tentou com toda a afabilidade e doçura que lhe era peculiar nos ensinar.

E aí eu me lembro de outro cabeludo, que passei a virada ouvindo com os meus pais, que por aqui é chamado de REI, e entre tantas musicas escreveu uma que fala disso.

Todos estão surdos
Roberto Carlos

Desde o começo do mundo
Que o homem sonha com a paz
Ela está dentro dele mesmo
Ele tem a paz e não sabe
É só fechar os olhos e olhar pra dentro de si mesmo

Tanta gente se esqueceu
Que a verdade não mudou
Quando a paz foi ensinada
Pouca gente escutou
Meu Amigo volte logo
Venha ensinar meu povo
O amor é importante
Vem dizer tudo de novo

Outro dia, um cabeludo falou:
"Não importam os motivos da guerra
A paz ainda é mais importante que eles."
Esta frase vive nos cabelos encaracolados
Das cucas maravilhosas
Mas se perdeu no labirinto
Dos pensamentos poluídos pela falta de amor.
Muita gente não ouviu porque não quis ouvir
Eles estão surdos!

Tanta gente se esqueceu
Que o amor só traz o bem
Que a covardia é surda
E só ouve o que convém
Mas meu Amigo volte logo
Vem olhar pelo meu povo
O amor é importante
Vem dizer tudo de novo

Um dia o ar se encheu de amor
E em todo o seu esplendor as vozes cantaram.
Seu canto ecoou pelos campos
Subiu as montanhas e chegou ao universo
E uma estrela brilhou mostrando o caminho
“Glória a Deus nas alturas
E paz na Terra aos homens de boa vontade”

Tanta gente se afastou
Do caminho que é de luz
Pouca gente se lembrou
Da mensagem que há na cruz
Meu Amigo volte logo
Venha ensinar meu povo
Que o amor é importante
Vem dizer tudo de novo